« Um acidente com uma criança nunca é um acidente. É sempre uma tragédia. » – Esta frase nunca me saiu da cabeça. Ouvi pela primeira vez quando a Rebeca tinha 16 meses, hoje ela já tem 10 anos.

Enquanto conduzia de volta a casa, por volta das 13.30, em Wallisenstrasse, na proximidade de uma escola e de uma piscina (onde a Rebeca tem natação com a escola), fui reparando em diversos avisos de policia a dizer « acidente ». O transito começou a ficar cada vez mais lento, até que passa por mim a uma velocidade vertiginosa uma ambulancia seguida de um carro de policia. O meu unico pensamento foi « bonito, agora ja vou apanhar a lavandaria fechada… ». Entretanto a policia repõe a marcha do transito, e à medida que fui conduzindo, ainda sempre numa marcha muito lenta, reparo que no passeio estão duas crianças muito pálidas e com um ar muito assustado, um homem a andar aos circulos com as mãos na cabeça rodeado por 4 policias e num carro ligeiro de mercadorias, cercado pela policia e parado ligeiramente à frente de uma passadeira.

Por debaixo do carro estava uma trotinette.

Apercebi-me então do que se tinha passado. Uma criança tinha sido atropelada na passadeira. Apercebi-me de onde estava. Wallisenstrasse. Cerca das 13.30. Na proximidade de uma escola e de uma piscina (onde a Rebeca tem natação com a escola). As lagrimas escorriam-me pelo rosto, não consegui evitar. O máximo permitido naquela estrada são 50 km/h. Em cada 100 m existe uma passadeira e de Agosto a Outubro havia, na proximidade de cada passadeira,  um cartaz de uma criança com uma mochila nas costas e trotinette na mão a dizer: “Tu esperas por mim, certo?” – Período escolar. Conduza com precaução.”

« Um acidente com uma criança nunca é um acidente. É sempre uma tragédia. » – isto não é nenhum cliché, é mesmo verdade.

Leave a Reply