A conversa dela começou assim: “Olha Mimi, eu não sei se vais gostar do que eu tenho para te dizer, mas eu sinto que tenho que te dizer isto e por isso mesmo tu vais ouvir : Eu amo-te muito e estou farta de… »

…Eu ia comprar o meu jantar (Kebabs) e ela a caminho de um jantar com as amigas mas nem por isso ela deixou o assunto a meio. Foi até ao fim. Disse-me que eu não podia andar a tentar fugir da felicidade. Que definitivamente tinha que fazer uma mudança na minha vida. Eu falava de mudanças, mas não queria mudar o mais importante na minha vida. A mudança que era pedida na minha vida não era uma mudança de espaço fisico, era mais do que isso. Muito mais do que isso. Eu precisava sim de MUDAR.

Sempre ouvi dizer que muitas mudanças são inevitáveis como a chuva na primavera. E se calhar estava na primavera da minha vida. O que fazer ? E se estivesse realmente assustada com a mudança ?

Ela disse-me que eu tinha que deixar de ficar fechada em casa a ver a chuva cair lá fora. Que tinha que agarrar na gabardine e sair.

E se eu me molhasse ?

Mesmo que eu continuasse a preferir ficar em casa, não ia parar a chuva. Eu podia escolher. Continuar a lutar ou render-me. Não um render de passividade, mas um render de sabedoria, aceitando o que está para além do meu control.

Eu sabia que para lá do Arco-iris, os céus eram azuis e que os sonhos que nos atrevessemos a sonhar se tornariam realidade. Eu desejava realmente poder acordar numa estrela, e deixar todas as nuvens e problemas para trás.  Mas eu sempre regressava ao meu « Kansas » mesmo antes de adormecer.

Eu considero-a um pássaro feliz voando para lá do Arco-iris. E ela perguntou-me : « Se eu posso, porque é que tu não podes ? » Veste a gabardine e sai para a rua ! – exigiu-me ela em amor.

Aceitei a exigência dela. Saí para a chuva e agora estou para lá do Arco-iris. Onde os céus são azuis e todos os sonhos que sempre sonhei, não são mais sonhos, são realidade.

(Sonnenblumengelb…)

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